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domingo, 11 de novembro de 2012

Especial: Hepatite VII - Saúde

(continuação...)
Hepatite C: Apresenta as mesmas vias de transmissão que a hepatite B, com a diferença de ser muito menos infeccioso pela via sexual. Enquanto que a via sexual é o principal meio de transmissão na hepatite B, a via endovenosa é a mais comum na hepatite C. Seu vírus só foi reconhecido no início da década de 1990. Antes disso não se sabia da sua existência, e portanto, nem as bolsas de sangue para transfusão, nem os doadores, eram testados para essa infecção.
Mais uma vez, a hepatite C aguda costuma ser pouco sintomática em 75% dos pacientes. O grande problema é que mais de 80% das pessoas infectadas evoluem para forma crônica. Destes 25% evoluirão para cirrose ou câncer em 20 a 30 anos. Hoje estamos tendo conhecimento daquelas pessoas que adquiriram o vírus nos anos 80 e agora começam a apresentar as complicações da infecção crônica.
Estima-se que são 170 milhões de pessoas no mundo com hepatite C.
Não há vacina, mas o tratamento evoluiu muito nos últimos anos, podendo chegar a taxas de cura de até 80%, dependendo do subtipo de vírus C (existem 3 subtipos).
Desde a década de 90, esforços de prevenção têm diminuído o número de novos casos. A preocupação agora é com o grande número de pacientes que se infectaram nas décadas de 70 e 80, vão começar a manifestar os problemas nos próximos anos e necessitarão de tratamento médico. É uma bomba relógio, prestes a atingir o sistema de saúde brasileiro e mundial – nos EUA, a hepatite já mata mais do que a aids. A partir de 2020, vamos teremos de lidar com as formas mais graves da doença.
O grande obstáculo para que a maior parte dos casos seja diagnosticada é o desconhecimento da população. Durante muito tempo, a doença recebeu pouca destaque, inclusive em campanhas governamentais. Uma pesquisa da Sociedade Brasileira de Hepatologia mostrou que 29% dos brasileiros não conheciam a Hepatite C. Além disso, somente 51% das pessoas sabiam dizer o que era a doença, e só 5% a citam como uma doença de maior gravidade. Por isso os médicos são unânimes em defender estratégias de conscientização da população.

Quem deve fazer o teste para detecção da Hepatite C:
• Pessoas que receberam transfusão de sangue ou de qualquer derivado de sangue antes de 1993;
• Pessoas que receberam transplante de órgãos ou tecidos, além de doadores de esperma, óvulos e medula óssea;
• Doentes renais em hemodiálise;
• Pessoas que usam, ou usaram alguma vez, drogas injetáveis ou cocaína inalada;
• Indivíduos que usaram medicamentos intravenosos por meio de seringa de vidro nas décadas de 1970 e 1980;
• Portadores do vírus HIV;
• Filhos de mães contaminadas com a hepatite C;
• Pessoas que tenham feito tatuagens ou piercings em locais não vistoriados pela vigilância sanitária;
• Pessoas com parceiros sexuais de longo tempo infectados com hepatite C;
• Pessoas com múltiplos parceiros sexuais ou com histórico de doenças sexualmente transmissíveis;
• Pessoas com necessidade de diagnóstico diferencial de agressão ao fígado;
• Profissionais da área da saúde, após acidente biológico ou exposição percutânea ou das mucosas a sangue contaminado.

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