O último vôo do ônibus espacial, programa visionário da NASA, com a nave Atlantis, partiu rumo ao espaço na sexta, do Cabo Canaveral, na Flórida, com destino certo, a ISS (Estação Espacial Internacional). Existiam condições meteorológicas desfavoráveis, mas quis o destino, abriu-se uma janela de tempo bom, permitindo seu lançamento. Este é a 135a missão do programa, inaugurado há 30 anos, com a Columbia.
Existia uma grande expectativa, já com um misto de saudozismo anunciado, pois com o mau tempo, apenas 30% seriam as chances de se cumprir o previsto, mas ao menos 1 milhão de pessoas assistindo localmente, ficaram tensos, pois segundos antes das 12h26, horário originalmente previsto, houve sua interrupção. Com o suspense da platéia, foi, com dois minutos posteriores, acompanhando a contagem regressiva, e viram as labaredas fumegantes dos motores, rasgarem o horizonte.
O retorno está previsto para o próximo dia 20, trazendo de volta, quatro dos experientes da Nasa, a agência espacial americana: o comandante Christopher Ferguson, o piloto Dough Hurley e os especialistas de missão Sandra Magnus e Rex Walheim. O Atlantis já realizou 32 voos espaciais e percorreu 194.168.330 quilômetros. Ao todo, passou 293 dias, 18 horas, 29 minutos e 37 segundos no espaço.
A missão final do Atlantis tem a previsão de durar apenas 12 dias, mas o estoque de alimentos a bordo pode abastecer a estação por um ano. Isso porque esta última viagem é também uma espécie de apólice de seguro: com a aposentadoria dos ônibus, a ISS e seus astronautas terão que contar com reabastecimentos periódicos de duas empresas privadas americanas, além do transporte de naves russas e européias. A Space Exploration Technologies (SpaceX), do empresário sulafricano Elon Musk, testou com sucesso em dezembro de 2010 a cápsula Dragon, na esperança de levá-la à ISS no fim de 2011. Outro compartimento de carga está sendo desenvolvido pela Orbital Sciences Corp, mas ainda não houve nenhum lançamento de teste.
Concluir a construção da ISS foi a principal razão pela Nasa ter mantido os ônibus espaciais depois do acidente com o Columbia em 2003. A agência vem trabalhando no centro de pesquisa orbital há 11 anos ao custo de 100 bilhões de dólares, em parceria com outros 15 países. Com o término da construção, os EUA usarão os 4 bilhões de dólares que o programa sugava todos os anos para desenvolver uma nova espaçonave, com a qual planejam missões para além da órbita baixa da Terra: Lua, Marte e asteróides, lugares que os ônibus espaciais são incapazes de alcançar...
Mas, o fim de uma era, assim sinto quando vejo as reportagens, e mais que isso, fotos que me permitiram sonhar e ainda me fazem, como um menino, mesmo hoje adulto, tentando me colocar no lugar dos Astronautas, invejando-os, por sua coragem em ficar soltos, no espaço, ligados a um cabo, em sua espaçonave. Ah, tolos sonhos, mas que ficarão em imagens marcantes, mas esperando que possam fomentar a curiosidade, e quem sabe um novo espírito nas crianças...
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