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sexta-feira, 15 de julho de 2011

Redes Sociais: Guerra de Gigantes – Tecnologia/Sociedade

Paul Adams é considerado o pai da ideia dos círculos de relacionamento, que é a base do Google+. Ele escreveu o livro Social Circles, sobre o assunto, com autorização do Google, onde trabalhou até janeiro. O livro chegou a ser anunciado na loja Amazon, ainda antes do lançamento. Mas Adams é, agora, gerente de produto do Facebook. E o Google cancelou a permissão para publicação do livro, e parece ter subestimado a ferocidade da competição que está se desenvolvendo entre Google e Facebook. Trabalhando para um rival, ele não deveria mesmo esperar ser bem tratado pelo antigo empregador. Mas seu estudo sobre círculos de relacionamento parece confirmar que ele é o teórico por traz do Google+.
Com o lançamento rescente do Google+, ainda em testes, e apenas para convidados (felizmente tenho meu convite), o foco, da gigante de buscas era atingir incialmente a incômoda presença cada vez mais marcante do Facebook. Isso se deve a perda ou possível perda, de receitas publicitárias, devido ao tráfego e tempo d epermanência conectado ao aplicativo. Mas agora estão lançando dúvidas quanto ao que sobreviverá ao mercado…
Estão chamando do Google+ como “Facebook Killer”. Lógico que esse é o foco. Alguns especialistas dizem que se houver de fato uma competição forte entre eles, poderá haver um extermínio mútuo, com os usuários migrando para um terceiro tipo de aplicação, buscando a estabilidade e manutenção dos seus contatos, o que direcionaria possivelmente para o MySpace (aplicação pioneira, mas que dizem, superado).
Essa guerra de gigantes, tem sido cada vez mais evidente. Atitudes do Google tentando indexar as páginas públicas do Facebook para inclui-las em suas buscas. Isso provocou a ira do Facebook, que recentemente contratou uma empresa de relações públicas para sujar a imagem da Google na imprensa. E a recente parceria do Facebook com a Skype para competir com o Hangout do Google+ sugere que cada gigante da Internet tem a outra como pedra em seus sapatos. Para aplacar os ânimos, existe o Twitter provou que o “social” pode vir em diferentes formatos – e 140 caracteres é mais apropriado para certos recados que para outros.
Existem outros problemas para ambos, como o crescente mercado Chinês, que cria suas próprias ferramentas de busca e redes sociais, para um público concentrado e cada vez mais promissor. A China tem sido o grande motor mundial da economia, e teve um crescimento no semestre passado de quase 10% no tamanho de de seu PIB. A Índia, logo a seguir mostra fôlego. Os BRIC’s tem impulsionado o mercado mundial, contrapondo-se aos demais países industrializados com crescimento inexpressivo, ou taxas negativas – em especial o Japão que somente agora, está conseguindo atingir a produção industrial anterior, após as tragédias decorrentes do terremoto.
O IDG Now, publicou uma série de teorias, que coloco abaixo na íntegra, para apreciação e leitura...
Teoria 1: Coexistência independente
Embora a guerra entre as empresas pareça iminente (se é que ela já não começou), o presidente executivo da Google (e ex-CEO) Eric Schmidt pensa que há pleno espaço para as duas companhias existirem de forma independente. De acordo com um artigo publicado em 7 de julho pela Reuters, Schmidt disse que o Google+ terá tanto sucesso quanto o Facebook e o Twitter porque 1) a demanda por inscrições no Google+ é alta e 2) o recurso de videochat com várias pessoas, oferecido pelo Hangouts, é muito popular entre jovens.
Em se tratando de Schmidt, a resposta soa bastante familiar. Em 2005, o executivo afirmou ao programa de TV “60 Minutos” que a Google acreditava que poderia coexistir com o (à época) novo serviço de buscas da Microsoft, o Bing.
Dado o tamanho e a precisão das buscas do Google, a empresa parece nunca quebrar uma promessa em público, insistindo que serviços idênticos possam existir em paralelo. Mas esse discurso pode ser apenas uma peça de relações públicas: Google e Microsoft competem corpo a corpo pelos dólares da publicidade em buscas, assim como Facebook e Google+ farão na arena das redes sociais. Em junho, a Comissão Federal de Comércio dos EUA deu início a um inquérito antitruste sobre as práticas da Google, evidenciando a preocupação de que a empresa possa exercer controle excessivo sobre o que nós vemos na web.
Embora se confrontem, Google e Facebook têm amplas bases de usuários (e uma base potencialmente massiva no caso do Google+). Assim, é muito provável que as duas possam coexistir. Empresas pequenas como a LiveChat, que produz software para atendimento a clientes por videochat, preveem que ambas as redes sociais terão sucesso e já reorganizam suas estratégias de acordo. Mariusz Cieply, CEO da LiveChat, afirma que sua empresa espera oferecer seus serviços tanto pelo Facebook quanto via Google+ num futuro próximo. Assim, as empresas poderão, por exemplo, fornecer suporte técnico pós-venda com vídeo tanto pelo Facebook como pelo Google Hangouts. “Será ótimo ter os dois”, dis Cieply. “Nós começaremos com o Facebook, mas vemos uma enorme oportunidade no Google Hangouts.”
A ideia de que Google+ e Facebook possam oferecer às pessoas diferentes tipos de mídia social e, portanto, coexistir sem hostilidade não é assim tão maluca. As pessoas têm canais no YouTube, perfis no Twitter, screen names no AIM, álbuns no Flickr, páginas no Tumblr. Por que não haveria espaço para mais um?
Teoria 2: Coexistência via cooperação
Muitos especialistas do setor acreditam que a capacidade do Google+ e do Facebook de coexistir dependerá de como as empresas permitirão conexões mútuas. Jason Shellen, chefe de produtos AIM na AOL, vê a batalha Google+ versus Facebook de forma familiar – afinal, o AIM coexistiu com o MSN Messenger e agora tenta reinventar a si mesmo para competir com o chat do Facebook e o Gchat (o bate-papo do Google Mail), permitindo que os usuários façam bate-papos de vídeo sem qualquer login ou conta além de uma URL gerada pela AOL – e o AIM espera que essa URL seja compartilhada e incluída nos murais do Facebook e do Google+.
“Nós fizemos a coisa de tal forma que você poderá ir ao Gchat e adicionar um buddy no AIM”, diz Shellen sobre a estratégia de coexistência do AIM. “Nós combinamos e conversamos juntos; algumas vezes esse aparente ‘jardim murado’ não precisa ser tão árduo.” Isso certamente funcionou para o Twitter, cujas hashtags e tuítes de 140 caracteres podem ser incluídos em praticamente qualquer outro hub de mídia social, do Facebook aos canais YouTube.
Neste aspecto, contudo, o Google+ tem uma desvantagem. No mesmo artigo recente da Reuters mencionado anteriormente, Eric Schmidt, da Google, admitiu que as conversas com o Facebook para permitir a importação de amigos do Facebook para o Google terminou em impasse, e as negociações com o Twitter para integrar seus serviços também fracassaram. Isso torna o Google+ um tanto menos conveniente para pessoas que gostam de associar seus vários perfis.
Mas o outro perdedor na tentativa falha de integração da Google é o Facebook, já que a Google tem uma enorme base de usuários (incluindo gente que usa Gmail, Google Checkouts ou Picasa, por exemplo), e o Facebook tem se posicionado de forma incisiva contra a enxurrada de notícias negativas que informavam sobre o crescente desejo dos usuários de Facebook de migrar para o Google+ caso tivessem de escolher entre um ou outro.
Teoria 3: Só pode haver um único sobrevivente
A mentalidade “Uma rede social para governar a todos” pode estar certa à medida que os consumidores ficarem mais espertos sobre como lidar com mídia social. Judy Shapiro, blogueira da AdAge e CEO da EngageSimply, uma empresa de marketing de tecnologia, afirma que tanto o Facebook como o Google+ estão em guerra e os consumidores vão escolher o vitorioso com base em políticas de privacidade ou na capacidade de conseguir sair de uma das redes sociais. “O Google+ é apenas a tentativa da Google de ser o Facebook, e o Facebook tem tido sua parcela de tentar ser o Google”, diz Shapiro.
No começo, a Google buscou um jeito de fazer dinheiro com anúncios e o Facebook tinha dados sociais. A Google parece sentir que o melhor jeito de melhorar sua precisão nos resultados de busca é integrar dados sociais, algo que tentou fazer em 2010 quando comprou a Aardvark, uma empresa que dava respostas a questões com base nas preferências dos amigos e seguidores do usuário. De sua parte, o Facebook tem construído gradualmente uma plataforma on-site que permite aos anunciantes enviar anúncios dirigidos com base nos dados pessoais e de preferência dos usuários. Ele também fechou uma parceria com o Bing para gerar receita sobre todos os seus dados sociais.
Mas Shapiro argumenta que a convergência sobre o que Google e Facebook podem fazer não cria simplesmente um êxodo em massa de uma rede social para outra; ela pode levar à destruição mútua. “Quanto mais precisa uma rede é [para atingir um usuário com anúncios dirigidos], mais resistente seremos a ela”, diz. “Se você casar a força das buscas que a Google tem com a base comportamental de mídia social que o Facebook tem, serão dois golpes em um. Mas nossa privacidade será o dano colateral.”
No futuro, poderemos ser mais capazes de buscar alternativas que permitam compartilhar informações com amigos e família e, ao mesmo tempo, evitar compartilhar dados com empresas que têm um interesse acima do razoável em monetizar nossos dados.
(Megan Geuss)

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