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quarta-feira, 25 de abril de 2012

Anticoncepcionais: Risco de AVC? - Saúde

A Bayer HealthCare Pharmaceuticals informou que atualizou as bulas dos anticoncepcionais contendo drospirenona nos Estados Unidos, seguindo a determinação do órgão regulador americano. O novo texto alerta que o medicamento com esse hormônio pode estar associado com "risco mais elevado" de tromboembolismo venoso (TEV) do que outros remédios. No Brasil, o laboratório comercializa os anticoncepcionais Yaz e Yasmin com esse hormônio.
A empresa, no entanto, ressalta que "dados clínicos de período de mais de 15 anos e os resultados de estudos de segurança realizados pós comercialização de até 10 anos" reforçam a conclusão da companhia de que os medicamentos são "seguros e eficazes quando utilizados conforme orientação médica". A Bayer também atualizou as bulas no Canadá, na Austrália e em países da Europa, a pedido de órgãos reguladores locais. Mas isso não deverá ocorrer no Brasil, informa a assessoria de imprensa da empresa, sem que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determine a mudança.
A agência brasileira informou que, quando os estudos foram publicados, no ano passado, os médicos foram convocados a denunciarem a formação de coágulos sanguíneos relacionados ao uso de drospirenona. Em seis meses, nenhum episódio foi relatado.
A agência informa ainda que tem acompanhado o caso e solicitou os estudos à FDA. "Até o presente momento, não houve sinal de risco sanitário identificado no âmbito do Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária - Notivisa".
O vice-presidente do departamento de Doenças Cerebrovasculares da Associação Brasileira de Neurologia (Abneuro), Rubens Gagliardi, lembra que todo anticoncepcional tem risco de facilitar a trombose, que pode levar ao Acidente Vascular Cerebral (derrame). "Esse tipo de suspeita (risco maior de provocar o coágulo sanguíneo) merece um estudo aprofundado, com segmento populacional grande, por três ou quatro anos. O risco de AVC é muito sério. Se for comprovado, deve ser divulgado na bula, sim".
Por regra, todo medicamento antes de ser colocado para a comercialização deve ser exaustivamente testado, sendo definidos os prováveis riscos ao seu uso. Com isso, levam-se anos entre a formulação de uma nova molécula ou novo princípio ativo, até sua efetiva disponibilização ao mercado consumidor.
Com essas características, existem custos imensos para a indústria farmacêutica e com isso, a proteção das patentes por prazo determinado até a criação de genéricos e similares. A Pfizer ganhou muito dinheiro com seu Viagra, até que sua patente pudesse derrubada.
Observando assim, a cada nova droga, seja qual o objetivo que ela tenha, pode gerar riqueza. Isso é uma grande verdade. As grandes indústrias, vendo seu capital criativo cada vez mais limitado, compram as pechinchas inovadoras, pequenas indústrias com grande potencial criativo e com isso mantem seus lucros.
Alguns remédios foram proibidos devido a descobertas tardias, sobre os riscos que apontavam. Isso quando não foram comercializados placebos ao invés do princípio ativo constante na sua formulação original.
O que houve com relação ao medicamento da Bayer pode ser algum lapso não percebido nos testes, ou, com maior gravidade, antecipação do lançamento do produto, quebrando os cuidados vigentes. Para se analisar com cuidado o que houve, antes de sair criticando, mas é necessário investigação, para se verificar o que pode ter havido, ou trata-se de exceções, onde grupos específicos com características genéticas singulares não foram observadas.

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