Bem, hoje vou escrever o meu último comentário relativo à montagem da peça. Suas apresentações estão encerrando, e acredito que ainda de tempo para ver uma montagem corajosa e sincera. Sou um tanto suspeito para escrever, afinal, sou pai de uma atriz amadora. Filhos nos enchem de orgulho, mas quero tentar ser honesto e imparcial, ao menos tentarei.
De início, relutei e ainda vou relutar muito, pois acredito que artes cênicas transformam pessoas, moldando e afastando de algumas coisas. Então para atuar minha filha teve que deixar de lado o canto, num coral simples de igreja, desafinando e apurando suas cordas vocais, junto a pessoas de idades distintas, mas não menos empenhadas e que se doam para fazer algo melhor.
Conciliar atividades escolares, num período onde a exigência se faz cada vez maior, também me pairou o alerta de como adequar atividades. Mas com tudo isso, observamos resultados do trabalho realizado.
Na primeira apresentação, excluindo-se o stress de fatos anteriores que quase colocaram no lixo meses de esforço, observei falhas de tempo e nervosismo. Afinal, muitos estavam pela primeira vez se apresentando ao público. Não importa se esse público são pessoas de sua convivência diária, mas eles vão medir o esforço.
Conforme as apresentações foram ocorrendo é lógico, pela repetição, se observa apuração de palco, melhor entrosamento, e relaxamento (isso pode ser um risco) na execução da peça. Ressalto que o risco se deve à soberba, quando nos achamos inabaláveis e portanto, conhecedores plenos. Isso nos remete à falha pela excelência.
Por fim, a qualidade do espetáculo. Feito por atores amadores, entre adolescentes e jovens adultos, pessoas que se superam nas dificuldades e aprendendo a lidar com o improviso. Isso é espetáculo, onde se consegue exprimir num texto que relata momento que eles pouco ouviram e muito menos vivenciaram, transpondo para o palco fragmentos que a memória dos mais velhos se vem, vivenciando um passado um tanto distante, mas presente.
Parabéns a todos e obrigado por me brindar, com a a beleza e simplicidade que conseguiram transportar num texto que remete a um passado dos anos da ditadura. Não quero citar nomes, pois percebi o esforço de todos. Com orgulho de pai, espero poder ver, muitos daqueles em outros palcos, encenando e nos fazendo rir, chorar, e lembrar de situações que o tempo nos fez esquecer...
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