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sexta-feira, 5 de outubro de 2012

iPhone 5: Foxconn(continuação) - Economia/Trabalho


Funcionários se alimentam com comida de má qualidade e em um refeitório superlotado. (Foto: Reprodução)

Ao longo dos outros dias de treinamento o repórter ressaltou a naturalidade com que os funcionários responsáveis pela supervisão do trabalho de produção tratavam mal os operários.
Segundo o jornalista, os instrutores afirmavam que o tratamento era adotado daquela forma para o bem de todos. O estresse era aliviado em uma área livre, reservada para os gritos guardados dos trabalhadores durante o período de trabalho, enquanto que tentativas de suicídios eram combatidas com a instalação de grades em todas as janelas da fábrica.

Operários passam por revista diária antes de acessar a linha de produção do novo iPhone 5 (Foto: Reprodução)
Após a fase de treinamento, os novos operários conheceram a linha de produção do novo iPhone. Para entrar no local, cuja segurança é máxima, todos são revistados e passam por detectores de metais, obrigando todos a retirar fivelas de cintos, correntes, brincos e aparelhos eletrônicos. Vale lembrar que cada operário ganha em média R$ 8 a cada duas horas, mesmo que sejam realizadas durante a madrugada.
O repórter retratou também passagens onde funcionários descarregaram a raiva esmurrando aparelhos ainda na esteira de montagem, enquanto seus supervisores não estavam por perto. Ainda segundo o jornalista, apenas dois dos 36 operários que iniciaram o processo de seleção permaneceram no trabalho. Após o 10º dia, ele não suportou o cansaço e o estresse e pediu demissão da empresa.
Bem, isso que se pode chamar de Capitalismo Selvagem (retratada na música dos Titãs). O que acontece é face de nosso consumismo. Não estou com isso querendo abrir mão da tecnologia, apenas que como sociedade consumista, temos que ter em mente que a produtividade envolve vidas e sanidade.
Esse tipo de conduta poderá ser aplicado em outros mercados, não apenas os emergentes, mas os desenvolvidos. O Ministro da Indústria da França, durante a abertura do Salão do Automóvel de Paris, pediu aos consumidores, que comprem veículos produzidos pelas indústrias francesas. Isso denota uma clara proteção ao mercado, aplicada de forma verbal inicialmente.
Mais que a preocupação do ministro, é a proteção ao capital e mão de obra local. Mas existe um custo, pois empregados felizes, tem melhor remuneração, e encarecem os produtos de tal forma que não conseguem competir com linhas de produção como a retratada nesta matéria...

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