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terça-feira, 30 de outubro de 2012

Novidades de nossos ancestrais - Antropologia

As descobertas, publicadas na revista científica Nature, tratam da odisseia do nosso ancestral, o humano primitivo de postura ereta conhecido como 'Homo erectus'. O 'H. erectus' e o parente construtor de ferramentas denominado 'Homo habilis' foram provavelmente contemporâneos de uma espécie ainda mais antiga, denominada 'Homo rudolfensis', argumentam os cientistas.
Uma equipe de cientistas escavou fragmentos de dentes, face e mandíbula datados do período Pleistoceno, em um sítio a leste do lago Turkana, no norte do Quênia, entre 2007 e 2009. A descoberta pôs um fim a uma busca angustiante por pistas sobre o hominídeo de rosto reto e grande cérebro, cujo crânio tinha sido encontrado ali perto em 1972. Conhecido como KNM-ER 1470 ou simplesmente como 1470, o hominídeo teria vivido cerca de dois milhões de anos atrás.
Até 2007, tal evidência permaneceu indefinida, uma vez que no crânio faltava o osso da mandíbula inferior, parte vital da evidência. Os novos fragmentos de dois indivíduos que se parecem com o 1470 têm entre 1,78 e 1,95 milhão de anos e foram encontrados no raio de um quilômetro do local onde foi descoberto o 1470.
Os novos fósseis foram cuidadosamente removidos do arenito usando uma broca de dentista antes de serem escaneados por dentro e por fora em um hospital de Nairóbi, capital do Quênia. Os escâneres foram usados em uma reconstrução virtual de toda a mandíbula inferior, que demonstrou ter um bom encaixe com a mandíbula superior do 1470. O resultado: um hominídeo que muito provavelmente é de uma linhagem mais antiga do 'homo' chamada 'H. rudolfensis'. Se assim for, significa um golpe em uma teoria contrária de que o 1470 seria um 'Homo habilis' com má-formação.
As três espécies supostamente ficaram fora do caminho umas das outras e tinham alimentação diferente, supõem os autores. Para outros especialistas, a descoberta mostrou que a família humana de seis milhões de anos teve três raízes complexas, mas alertaram sobre como deviam ser interpretadas.
Algumas autoridades, por exemplo, argumentam que o 'Homo erectus' evoluiu do 'Homo habilis', enquanto outros insistem que os dois eram primos ou espécies irmãs. Os fósseis "ajudam a confirmar a existência de um tipo distinto de humano antigo cerca de dois milhões de anos atrás", afirmou Chris Stringer, do Museu de História Natural de Londres.
Bem o passado vai aos poucos sendo desvendado, ou ao menos clareado. Ainda existem muitas dúvidas e estas poderão vir a ser esclarecidas. O achado é uma parte do que venhamos a descobrir no futuro...
Reconstrução fotográfica de crânio combinado com nova mandíbula inferior (Foto: Fred Spoor/Nature)
O antepassado do homem moderno dividiu o planeta com, pelo menos, outras duas espécies relacionadas, quase 2 milhões de anos atrás, afirmaram cientistas, apontando para peças recém-escavadas de um quebra-cabeças que já dura 40 anos.

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