Seria uma situação linda: Um pai ajudando seu filho em dificuldades...
O problema é que o pai em questão tratava-se do Senhor Rodolpho Bertola, já falecido, que tomou um empréstimo de aproximadamente US$ 15 milhões, isso no longínquo ano de 1989, junto ao Banco Safra. Até ai, não haveria problema, se não fosse o Senhor Bertola o presidente da Embraco, na época, e o empréstimo não houvesse sido tomado em nome da empresa, sem o conhecimento e consentimento dos acionistas.
O valor do acordo, após tanto tempo e disputas, foi firmado em quase RS$ 1 bilhão, entre a Whirlpool e o Banco Safra, foi dividido em duas parcelas. Depois de 22 anos e inúmeros
andamentos judiciais, a Embraco, ou melhor, a sua controladora Whirlpool
Corporation desembolsou dois pagamentos de R$ 468.965.250,00. O primeiro ocorreu em julho de 2011, o segundo em janeiro deste ano.
O valor corresponde
ao acordo de R$ 958.543.200,00 feito com o Banco Safra, para dar fim a uma discussão que começou em 4 de junho de 1989,
quando o então superintendente da fabricante de compressores, Rodolpho Bertola,
fez um empréstimo de US$ 15 milhões na agência joinvilense da instituição
financeira em nome da Embraco.
O caso gerou polêmica e agora terminando com
a estimativa de uma redução de US$ 290 milhões no lucro total da multinacional
Whirlpool em 2011 e repetindo-se em 2012. Com isso, o lucro por ação deve ficar entre US$ 8,30 e US$
9,30 e não mais em próximo de US$ 13, como era esperado antes do
acordo.
A trama joinvilense tem como ponto central um escândalo da
economia nacional: a quebra da bolsa do Rio de Janeiro por conta das operações
do especulador financeiro Naji Nahas, que lucrava através da compra e venda de
ações para si por meio de corretoras e laranjas. Foi
para pagar um rombo na distribuidora de títulos e valores mobiliários
Distribank, da qual Rodolpho Bertola Júnior era sócio e que estava envolvida no
esquema de Nahas, que o principal executivo da Embraco fez o empréstimo em nome
da fabricante de compressores.
A operação virou caso de polícia e gerou
um processo que só chegou ao fim em 16 de janeiro de 2012, quando a
Whirlpool pagou os R$ 489.568.950,00 restantes. A Embraco sempre fez
questão de deixar claro que esta era uma dívida pessoal de Bertola. O desfecho
foi diferente do esperado pela companhia, mas poderia ter sido pior. Uma nota
divulgada pela Whirlpool estimava que o valor da dívida poderia chegar a R$ 1,9
bilhão sem o acordo.
Pais ajudando os filhos, nas cirandas financeiras... Isso foi no passado, que reflete no presente, e atrapalha os números da gigante. Assim se constrói a história das fraudes, desfalques e outras coisas que acontecem nos balanços contábeis que poucos veem ou avaliam...
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