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quarta-feira, 28 de março de 2012

Todos temos direito à Vida, mas e a Morte? - Comportamento/Sociedade


O Tribunal Superior de Londres aceitou o trâmite do caso de um britânico com paralisia total e plenas faculdades mentais que pede proteção legal para que os médicos possam ajudá-lo a morrer sem o risco de serem acusados de assassinato. Tony Nicklinson, de 58 anos, tem paralisia completa do pescoço para baixo ("Locked-in Syndrome", em inglês) desde 2005, quando sofreu um acidente vascular cerebral (AVC), que não afetou seu cérebro, mas o impede de se suicidar.
O paciente britânico levou seu caso ao Tribunal Superior, que nesta segunda aceitou que suas reivindicações sejam ouvidas. O caso possui grande relevância, já que o Ministério da Justiça argumenta que o pedido de Nicklinson - proteção legal contra acusações de assassinato para um médico que o ajude a morrer - modificaria a legislação atual sobre o assassinato, algo que só o Parlamento pode fazer.
A decisão do juiz de admitir o caso indica que serão levados em conta nas próximas audiências judiciais os depoimentos de médicos sobre o caso desse paciente, pai de duas filhas. Após ser informada que o tribunal deu sinal verde para o prosseguimento do caso de Nicklinson, sua esposa, Jane, leu um comunicado à emissora "BBC" no qual expressou sua satisfação pelo fato "de que assuntos relacionados à morte assistida possam ser debatidos em um tribunal".
A mulher declarou que seu marido "quer apenas saber que existe uma saída quando o momento chegar" e considerou que "já não é aceitável que a medicina atual seja governada por atitudes do século 20 sobre a morte". Segundo o advogado que representa o Ministério da Justiça, David Perry, a postura de Nicklinson "diz que um tribunal deveria autorizar e permitir de forma legítima a ação deliberada de um paciente que queira morrer". "Isso não é e não pode ser a legislação que rege a Inglaterra e o País de Gales, a menos que o Parlamento determine o contrário", ponderou.
A eutanásia é condenada, mesmo que apenas assistida. Existe o caso célebre do médico que ficou conhecido como Doutor Morte, por haver assistido a vários pacientes terminais a sanar as dores e abreviar suas existências.
Sou contra o suicídio, e contra a morte assistida, mas, de certa forma, sou contra também a manutenção artificial da vida, por haver tecnologia e meios para tal. Todos devemos ter uma vida digna, com certo conforto, nisso quero dizer com qualidade, e uma morte digna. Manter uma vida que não mais está aqui, apenas um corpo moribundo clamando para o fim, é deixar de lado a dignidade a história daquele que ainda lá habita.
Isso gera discussão de valores morais e religiosos, mas me posiciono dessa forma: Devemos ter dignidade, acima de tudo, acima das dores e dos obstáculos da vida. Morrer é também ser digno... 

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