Total de visualizações de página

sábado, 24 de março de 2012

O Chico que se foi... - Entretenimento/Cultura/Sociedade


Bem, como é de conhecimento de todos, ontem o humor, a cultura, a inteligência brasileira, perdeu um grande expoente. Faleceu ontem(23), no Rio, em decorrência de paradas cardio-respiratórias Francisco Anysio de Oliveira Paula Filho, Chico Anysio nasceu no dia 12 de abril de 1931, em Maranguape, no interior do Ceará. Mudou-se com a mãe e três irmãos para o Rio de Janeiro quando tinha oito anos. O pai ficou na cidade natal para tentar se reerguer após perder toda a frota de sua empresa de ônibus num incêndio.
Chico sempre estudou em boas escolas durante a infância. Pretendia ser advogado, mas a vocação de comediante e as oportunidades que lhe foram surgindo levaram-no a escolher outra profissão.
Aos dezesseis anos, começou a participar de programas de calouros no rádio. Sua primeira apresentação foi no programa líder de audiência “Papel Carbono”, apresentado por Renato Murce na Rádio Nacional. Com seu número, o humorista ganhou o primeiro lugar e utilizou o prêmio em dinheiro para comprar uma bicicleta para o seu irmão mais novo, Zelito – que no futuro seria o cineasta Zelito Viana, pai de Marcos Palmeira.
O jovem Chico Anysio ficou tão popular que os programas de calouros pararam de aceitá-lo, pois ele sempre faturava os concursos. Ainda em 1947, ele deixou de ir a uma partida de futebol com os amigos para acompanhar sua irmã em um teste na Rádio Guanabara. Saiu da emissora com o emprego de locutor e rádioator.
Na Guanabara, Chico mostrou muitos dos seus talentos. Com apenas quinze dias de trabalho, virou locutor nas madrugadas, ator de rádionovela, comentarista esportivo e redator de programas humorísticos. Pouco tempo depois, abandonou de vez as rádionovelas para atuar como comediante.
Em 1949, foi convidado para trabalhar na rádio Mayrink Veiga, onde escrevia treze programas por semana. De lá, passou pela Rádio Clube Pernambuco e Rádio Clube do Brasil. Até que, em 1952, foi levado de volta para a Mayrink, como ator e diretor de vários programas. Nessa época, deu origem ao personagem que o consagrou: o Professor Raymundo, que fazia o quadro de encerramento do programa “A cidade se diverte”.
Já em 1957, estreia na televisão no programa humorístico “Aí Vem Dona Isaura”, estrelado por Ema D'Ávila na TV Rio. Nos anos seguintes, Chico Anysio foi redator de vários programas de humor, como “Milhões de Napoleões”, e participou de muitos outros, como o “Noites Cariocas”.
Após uma passagem relâmpago pela TV Excelsior (onde nem chegou a estrear), Chico voltou para a TV Rio, que tinha um novo diretor de programação: José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni. Ele também trabalhou na Tupi e na Record e, em 1968, desistiu de fazer televisão e investiu em seus shows de comédia no teatro.Chico Anysio voltou para a televisão no ano seguinte em um humorístico transmitido pela TV Globo. Dirigido por Daniel Filho, o programa foi um sucesso e lhe garantiu um contrato com a emissora carioca – onde ele permaneceu até morrer, totalizando 42 anos como contratado da TV Globo. Na emissora, estrelou diversos humorísticos, como “Chico City” (1973-1980), “Chico Anysio Show” (1982-1990), “Chico Total” (1995), “O Belo e as Feras” (1999), entre outros. Em todos eles, criou inúmeros personagens marcantes que lançaram bordões e marcaram época.
Nos últimos dez anos, Chico passou a atuar em novelas, seriados e programas da TV Globo. Entre as novelas, “Terra Nostra” (1999), “Sinhá Moça” (2006) e “Caminho das Índias” (2009). Também apareceu na versão moderna do "Sítio do Picapau Amarelo" (2005) e em programas como "A Diarista" (2004) e "Guerra e Paz" (2008).Veja no vídeo algumas das mais marcantes criações de Chico Anysio:


Apesar de se definir como um ator de televisão, Chico Anysio também teve incursões no cinema e no teatro. Na telona, ele participou de várias chanchadas como ator e roteirista durante a década de 50. E nos palcos, realizou inúmeras apresentações, acumulando mais de 10 mil shows no Brasil e fora dele.
Em seus mais de 60 anos de carreira, o comediante também se aventurou em outras áreas. Na música, ele gravou mais de 20 álbuns com composições de sua autoria. Na literatura, publicou mais de quinze livros entre contos, romances e biografias. Como pintor, participou de dezenas de exposições dentro e fora do Brasil, vendendo seus quadros por alguns milhares de reais. No cinema, sua atuação mais conhecida foi em “Tieta” (1996), de Cacá Diegues, onde encarnou o pai da protagonista (Sônia Braga).
Os créditos do material é proveniente do portal www.ig.com.br.
A mais de 20 anos, minha esposa ainda cursava sua primeira faculdade, quando alguém pediu um minuto de silêncio em respeito ao falecimento do já saudoso Chico Anysio. Passado tantos anos, mesmo que o silêncio se mantivesse, sua ausência se faz sentida. O humor perdeu, a cultura perdeu, a inteligência perdeu...


Nenhum comentário:

Postar um comentário