Acredito que esta seja a primeira de uma série de matérias que devo pautar e pontuar, a cerca do assunto: Ensino no Brasil. Observo a alguns anos, em virtude de trabalhar numa Instituição de Ensino Superior tradicional, uma movimentação de algo que até pouco tempo era vista com aversão: Negócio Educação.
Para os puristas, esse tipo de comentário causa náuseas, vertigens e pavor, afinal, tratar a Educação como apenas um meio de se ganhar dinheiro, vendendo o produto é contestável. Mas, isso desde quando o falecido recentemente, Paulo Renato, quando Ministro da Educação, abriu a inimaginável seqüência de alterações, o Ensino Superior neste nosso país tão carente de formação, a meu ver piorou exponencialmente.
Criou-se números, enalteceu a acessibilidade ao diploma, aumentou-se o número de vagas, principalmente onde o Governo não tinha competência e deveria ter mudado suas características, na formação Superior.
Mas, existem fatores anteriores que deixaram e foram largados, pois não surtem efeitos imediatistas. Mudou-se o governo, com simples alteração de sigla partidária, mas manteve-se a mesmice: Ampliou-se as vagas, muitas delas apenas no papel sem haver espaço físico e/ou estrutura, para formação dita, mais qualificada.
Mas hoje o primeiro enfoque é um anúncio, onde o Grupo Anhanguera, noticiou publicamente que é hoje o segundo maior grupo de Ensino Superior do Mundo, com aproximadamente 400 mil alunos, e espaço para outros 300 mil, já disponíveis. Perde, em grandiosidade apenas para uma instituição Americana, a Apollo Group, da Universidade de Phoenix, e, segundo projeções, deve ter nos próximos 3 ou 4 anos, cerca de 1.000.000 de alunos.
Isso se deve à aquisição da Uniban, divulgada ao grande público no domingo, 18/09/2011, onde arregimentou ao seu universo, mais 55 mil alunos, formando esse universo de pessoas.
Economistas, batem palmas, pois claro, precisam justificar o que está acontecendo, sem com isso serem alarmistas. Eles chamam isso de Consolidação do Mercado Educacional. Consolidação é o nome que dão à concentração de grandes grupos, em segmentos. Isso escrevi sobre o mercado de varejo farmacêutico.
Chamar isso de concentração e perda de concorrência, e mais que isso a perda de inteligência, pode me fazer alarmista, muitos dirão. Mas vamos traduzir isso em números: Essa concentração significa em números projetados que o Grupo Anhanguera passará em breve de 8 para 15% do total de alunos no Ensino Superior.
Especialistas na Educação, demonstraram a alguns anos, que no Brasil, haveria forte concentração de Grupos Educacionais no Ensino Superior (estendendo também aos demais níveis). Eles diziam que teremos, em breve, apenas 5 grandes Grupos, excluindo-se as Universidades Públicas, e alguns centros de ensino, isolados, mas de Excelência, que os permitiriam se manter isolados e fomentando uma procura natural.
Isso faz parte da acessibilidade ao Ensino Superior, imaginada por tecnocratas, esquecendo de detalhes muito importantes. Em breve, essa concentração deverá ser discutida no CADE, mas vou escrever mais sobre o assunto, pois tenho muito a comentar e desenvolver...
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