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quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Infância Perdida - Sociedade/Comportamento

Fiquei por muito protelando. Semana que passou, um menino de 10 anos, pegou o revolver do pai, que é um Guarda Civil, e atirou contra sua professora, e depois disso, matou-se... Isso foi amplamente divulgado, isso na cidade de São Caetano do Sul, uma das melhores do mundo em IDH (Índice de Desenvolvimento Humano). A escola onde aconteceu a tragédia é uma escola modelo.
Bem, nisso se desenha uma tragédia social, onde cada vez mais vemos estampadas nas páginas policiais, na internet, nos tele-jornais, notícias do rádio, revistas semanais, enfim, em todos os meios de comunicação possíveis, onde, ditos especialistas irão analisar o comportamento, e dentro de suas teorias tentar justificar o ato. Isso é o comum, sempre aparecem muitos Educadores, Psicólogos, Especialistas no Desenvolvimento Infantil, e outros catedráticos que escrevem e falam muito sobre uma tentativa de explicar o que não dá para ser explicado.
A única pessoa que poderia justificar o ato, não mais vive. Irão entrevistar à exaustão, colegas de classe, amigos, familiares, vizinhos, porteiros, qualquer outra pessoa que possa tentar explicar ou dar fomento para essas explicações.
Mas, o grande erro, a meu ver, não como especialista, felizmente não necessito de titulação para ser sensato, está na deterioração do conceito "Família". Não estou erguendo bandeira pela formação tradicional e desgastada da família de antigamente. Os tempos mudaram.
Já comentei que estamos perdendo valores, que os pais transferem para a escola o papel que a eles compete. Deixam de acompanhar os filhos, para se antecipar aos problemas possíveis, por distúrbios, inadequação de comportamento, e outras deficiências que indiquem que algo não está bem e a criança ou mesmo o jovem, precisem de uma orientação, e mais que isso, de limites.
Quando falo de família, não quero dizer papai, mamãe e filhinhos, todos convivendo sob o mesmo teto, de forma artificial. Acho que as relação entre os pares devem durar o tempo que eles acharem, mas filhos não acabam junto com uma relação, e aos pais, compete a tarefa de continuarem presentes, mesmo que não morem juntos, de fiscalizar e acompanhar o desenvolvimento.
Temos que abandonar o paternalismo hipócrita de ter um Estatuto da Criança e Adolescente, sabiamente chamado de ECA (som característico de algo que provoca asco), e darmos apenas direitos aos jovens, sem que com isso eles tenham suas obrigações. Falta senso de ridículo, pois o material é lindo, mas péssimo para quem tem algum problema no seio da família.
Enfim, este material é um desabafo, que sou pai, e vejo muitas crianças se perderem nos valores, nos conceitos, adquirindo uma visão inadequada de sociabilidade, protegidas sob o manto da justiça, que cultua a desordem e a desintegração do pátrio poder. É com pesar que observo que isso se torna frequente, comum, que em breve, não mais vai chocar, apenas iremos lamentar que teremos algumas gerações para poder corrigir o que já poderíamos ter iniciado, antes de implementar leis belas, mas que possuem o vício do protecionismo apenas...

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