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segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Inibidores de Apetite: Decisão Adiada - Saúde

No início deste ano, a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), órgão regulador da saúde, propôs proibir a comercialização de todas as drogas que atuam no sistema nervoso central, como a sibutramina e os derivados de anfetamina (femproporex, dietilpropiona e mazindol), baseada em um estudo que apontava que o consumo dessas substâncias aumenta o risco de problemas cardíacos. Agora decidiu que irá votar a proibição dos inibidores em uma audiência aberta ao público ainda sem data definida, o que, na prática, adia a conclusão dessa polêmica. Muito se discute sobre a venda indiscriminada de inibidores de apetite. Isso virou febre, e existe mesmo um consumo, onde médicos responsáveis não receitam, mas a compra acaba sendo quase que uma prática sem muitas restrições. No dia 31/08, foi apresentado o "Relatório Integrado sobre Eficácia e Segurança dos Medicamentos Inibidores de Apetite", que foi elaborado pela equipe técnica da Anvisa e tem mais de 700 páginas. O estudo propõe a retirada do mercado de anfetamínicos, mas permite a manutenção da sibutramina. Estudos provam a eficácia do princípio ativo sibutramina tem comprovada eficácia, podendo reduzir o peso do paciente em até 10% em quatro semanas. O relatório recomenda que a substância seja comercializada as seguintes restrições: - uso da medicação apenas em paciente com o perfil adequado; - notificação de receita pelo médico; - assinatura de termo de responsabilidade pelo médico, paciente e farmácia de manipulação; - avaliação mensal do paciente - notificação obrigatória, pelo médico, de reação adversa no paciente. O relatório deverá ser votado em reunião aberta com transmissão via internet, para dar transparência à decisão. Isso indica que a direção da ANVISA, está seguindo a recomendação do relatório técnico, e uma mudança de postura em relação aos emagrecedores. No início do ano, o mesmo grupo defendeu a retirada desses remédios - e a sibutramina era a vilã. Um relatório anterior do Cateme - Câmara Técnica de Medicamentos indicava que os riscos cardiovasculares e psiquiátricos que os medicamentos trazem são maiores do que os benefícios. De acordo com os estudos anteriores do grupo, a perda de peso é pequena e só acontece no início do tratamento. O uso prolongado desses medicamentos traria poucos benefícios e grandes riscos. Os especialistas e entidades médicas como o CFM (Conselho Federal de Medicina) se mostraram, desde o inicio, contrários a essa visão. Eles defendem que os médicos devem ter autonomia para indicar o tratamento certo para cada paciente. Remédios com sibutramina foram proibidos na Europa no ano passado. As restrições foram feitas após os resultados da pesquisa SCOUT (Sibutramine Cardiovascular Outcome Trial), feita pela agência europeia de medicamentos, em que aproximadamente 10 mil pacientes foram avaliados por seis anos com o intuito de relacionar o impacto da perda de peso por meio da sibutramina e problemas cardíacos. O Conselho Federal de Medicina (CFM) divulgou um comunicado defendendo o uso dos inibidores de apetite como "auxiliares no tratamento da obesidade". Também afirmou que, em ao invés de proibir a comercialização dos medicamentos, seria recomendável fortalecimento os mecanismos de controle de sua venda, o que convenhamos, somente se fossem encarados como remédios ou princípios ativos de tarja preta. Uma receita apenas pode ser falsificada facilmente...

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