Quando surgiu na década de 80, se não me falha a memória, no ano de 1982, quando começaram a aparecer os primeiros casos de pessoas contaminadas pelo vírus do HIV, muito se estudou, e muito se evoluiu, na detecção e no controle do mal. Houve temor, associação a comportamento, atribuição a um grupo que se mostrou até propenso, mas não o único culpado.
Houveram trabalhos memoráveis e ainda não esgotados, em buscar uma cura, e conforto para aqueles que, de forma involuntária, ou nem tanto, foram acometidos pelo contágio. Em 1996, o governo Brasileiro começou a distribuir o chamado coquetel de remédios que garantiram uma sobrevida para as pessoas contaminadas.
Foi um marco na história da saúde, com posturas memoráveis de estadistas, que buscaram, mesmo com holofotes políticos, benefícios aos cidadãos. É um um programa muito admirado e copiado em vários países. Exames de detecção eram demorados, caros, e não davam uma garantia plena. Eles criaram o termo de "Janela Imunológica", um período de 3 meses que poderia ter ocorrido o contágio, sem que esse fosse descoberto pelos testes, devido à característica do vírus.
Agora, os índios de Mato Grosso terão a oportunidade de
realizar testes rápidos de HIV dentro das próprias aldeias. Cerca de 200
indígenas da aldeia Umutina, em Barra do Bugres, cidade que fica a 169
quilômetros de Cuiabá, deverão realizar nos próximos dias. Mato Grosso é
o terceiro estado do Brasil a receber o programa.
Segundo a fisioterapeuta Maria Goreth, uma das responsáveis pela coleta de
sangue para os testes, em 10 minutos o paciente já saberá o resultado do exame.
“No caso do resultado positivo, emitiremos um laudo e encaminharemos para o centro de referência”, explicou.
Antes da implantação dos testes rápidos, os índios precisavam ir até as áreas
urbanas para a coleta de sangue e os resultados levavam até 15 dias para ficar
prontos. A cacique da aldeia Umutina, Creuza Soripa, aprovou a realização dos
exames dentro do território indígena. “Aqui a gente sente que vai ser mais
rápido, porque está aqui na porta, na casa do povo, no meio da comunidade, e não
precisa ir lá na cidade para esperar a vaga”, argumentou.
Além dos testes, os indígenas receberão o acompanhamento de
assistentes sociais, que além de orientação sobre como são realizados os exames, e também esclarecimentos sobre as doenças sexualmente transmissíveis. “A
gente orienta a pessoa, faz uma pré-conversa onde colocamos toda a situação de
como é realizado este teste, o que é o HIV, o que é a Aids, o que são as doenças
sexualmente transmissíveis, como prevenir e qual a importância de fazer o
exame”, afirmou a assistente social Zeni Salte Boff.
O Ministério da Saúde pretende examinar todos os índios brasileiros com mais
de 10 anos até o final de 2012. Além do teste de HIV, devem ser implantados
também os testes rápidos de sífilis e hepatite. “O objetivo é garantir à
população indígena o acesso mais fácil para os exames que eles têm direito de
fazer”, revela o chefe do Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei) de Mato
Grosso, Jorge Pinto de Oliveira.
Uma bonita iniciativa, de detecção e sentença. Sim, pois que está contaminado está sentenciado como escória, pois não houve mudança comportamental no tratamento do paciente, e mais que isso, está aumentando o índice de contágio entre jovens até 23 anos, em todas as camadas socioeconômicas. Isso decorre sobre a falsa ideia de que os medicamentos distribuídos, irão garantir qualidade de vida, o que é errado, apenas garantem a sobrevida.
Quem está infectado, está marcado socialmente. Pode ter acesso a seu fundo de garantia, aposentadoria, proteção jurídica, mas, não está protegido do distanciamento social, do medo das pessoas à sua volta, por desinformação. A falta de políticas de educação, mostrando que ainda muito tem-se a fazer, é o que proporciona esses aumentos.
Infelizmente, nossos jovens estão cada vez mais alienados, vivendo um período que os pais erraram e se omitem. Fazer um filho, é, sincera e honestamente, prazeroso, mas estão esquecendo da responsabilidade na educação, formação e construção de valores. A vida não tem muita importância...
Vou voltar ao tema dos jovens e sua formação em breve, mas, exames apenas mostram o descaso...
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