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segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Espanha em crise: O papel que nos limpa - Economia

Poderia até ser algo bizarro, mas a curiosidade é tamanha que uma simples mudança, provoca temores gástricos...As crianças catalãs já sabem o que significa 'austeridade fiscal': desde setembro, elas só podem gastar na escola, em média, 25 metros de papel higiênico por mês, para que o país em que elas vivem consiga pagar os juros da dívida.
Em tempos de crise, corte de gastos é a expressão de ordem nos países europeus com problemas fiscais. Na Espanha, por exemplo, os alunos das escolas públicas de Barcelona vão aprender na prática o que significam as medidas de austeridade. As instituições de ensino receberam ordens expressas do governo para economizar no uso de papel higiênico.
Uma reportagem do jornal El País mostra que as escolas que dependem do Consórcio de Educação, firmado entre a prefeitura e o governo catalão, receberam uma carta com instruções sobre o uso do papel higiênico e das toalhas de papel usadas para secar as mãos.
O número vale para papel higiênico doméstico. Existe, também, um limite de 20 metros para o industrial. As restrições, relata o jornal "El País", foram impostas às escolas de Barcelona que dependem do chamado Consórcio de Educação, que reúne a prefeitura e o governo catalão.O Consórcio afirma que não se trata de uma medida "restritiva", e sim de uma "normalização".
As diretrizes são claras: cada aluno pode usar por mês até 25 metros de papel higiênico e 11 metros de toalhas de papel, dentre outras restrições. De acordo com o governo, as medidas foram calculadas com base em uma “média aritmética do consumo detectado”.
A carta diz ainda que não se trata de uma medida restritiva, e sim um ajuste no que estava sendo considerado um consumo excessivo. O governo afirma ainda que a motivação para as novas regras são também ambientais, já que elas devem ajudar a reduzir o consumo de papel.
Nos últimos meses, aumentou a desconfiança, por parte dos investidores, de que a Espanha não consiga pagar a totalidade dos juros de sua dívida. O mesmo ocorreu com a Itália. Antes disso, a Grécia recebeu ajuda internacional para pagar seus credores, e mesmo assim teve que suspender o pagamento de 100 bilhões de euros em dívidas. Portugal e Irlanda também receberam ajuda de outros países.
Os países europeus foram fortemente golpeados pela crise internacional iniciada nos Estados Unidos. Em 2008, a quebra do banco americano Lehman Brothers provocou pânico no setor financeiro mundial e levou governos a gastarem além da conta para estabilizar a atividade bancária e estimular a economia.
Ou seja, para apagar o fogo dos bancos, os Países colocaram dinheiro público no sistema financeiro. Como consequência, os governo ficaram endividados e, agora, são os bancos que hesitam em emprestar dinheiro aos países. Para reconquistar a confiança dos investidores, os governos prometem austeridade fiscal, ou seja, reduzir o desequilíbrio nas contas públicas.
Em outras palavras, para ajudar banqueiros irresponsáveis e ávidos por lucros e conscientes que não serão abandonados pelos governos, temos que controlar nossa dor de barriga...


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