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domingo, 4 de dezembro de 2011

Foxconn: Desespero dos funcionários? - Economia/Sociedade


Aconteceu de novo. Uma funcionária da gigante taiuanês Foxconn, que fabrica na China o iPad e o iPhone da Apple, se suicidou ao se jogar de um prédio da empresa, disseram policiais citados pela agência de notícias oficial Xinhua, que desde 2010 já noticiou cerca de 20 casos similares.
Como na maioria dos casos anteriores, Li Rongying era muito jovem, tinha 20 anos. Dessa vez o caso não ocorreu nas enormes instalações da Foxconn em Shenzhen, onde trabalham 400 mil funcionários, mas na fábrica da cidade de Taiyuan, no norte do país.
A polícia informou que a jovem deixou uma mensagem na qual justifica o suicídio por um desengano amoroso. A família de Li pediu que seja realizada uma autópsia no corpo dela.
A Foxconn, maior fabricante mundial de componentes eletrônicos, fornece material para grande parte das multinacionais tecnológicas, incluindo Sony, Nokia, Dell, Nintendo e Apple. A companhia emprega 1,2 milhão de pessoas, das quais 1 milhão trabalham nas fábricas chinesas, onde as condições de trabalho vêm sendo questionadas desde 2010 devido à onda de suicídios de jovens funcionários.
A poucos dias, o presidente e fundador da companhia, Terry Gou, visitou as fábricas da empresa em Shenzhen, onde prometeu que não haverá demissões em massa na China em 2012, apesar da introdução de 1 milhão de robôs em suas linhas de montagem nos próximos três anos.
O crescimento da economia chinesa, a migração da mão de obra, saindo da agricultura e se voltando para a indústria, esses ingredientes provocam a insegurança nos trabalhadores. O risco de ser demitido, em uma fábrica que agrega a quantidade de funcionários de uma cidade média, provoca temor. Esse é apenas um número entre milhares, perdido, sem identidade.
O gigantismo com a implantação de meios robóticos de produção provoca temores. Melhor espalhar redes de amortecimento, por todos os complexos fabris da empresa. Não quero ser pessimista, mas o número deve aumentar, mesmo que sejam atribuídas crises amorosas para tentar justificar o ato de desespero...

Um comentário:

  1. The Mystery Reader...7 de dezembro de 2011 às 21:34

    Fico um pouco confuso em relação a essa onda de suicídios... Se pararmos para pensar, não podemos culpar a empresa por isso, logicamente tem de haver as minimas condições de trabalho e concordo que o mais prudente seria fazer uma investigação a respeito, porém não vivemos mais na época da escravidão... se por algum motivo uma pessoa estiver insatisfeita com as condições de trabalho ou até mesmo o serviço em si basta ela pedir o desligamento da empresa.

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