Bem, como é o último assunto do ano que vou comentar, hoje. excepcionalmente, não me basearei em algum fato inusitado, curioso ou momentâneo. Quero tentar desenvolver a expectativa que tenho para o próximo ano, considerando vários fatores que ocorreram ao longo deste ano que esta se encerrando.
No aspecto governamental, acredito que haverá muitos problemas com a ingerência externa do governo, que foi marcado por escândalos e quedas de ministros. O maior problema na máquina administrativa é o aparelhamento ocorrido ao longo dos últimos anos, alocando cada vez mais partidários dentro da esfera funcional. Isso não ocorreu apenas no governo federal, mas também em governos estaduais e municipais.
Os políticos esquecem que a investidura de um cargo público pressupõe o despojamento de benefícios pessoais, em prol dos benefícios da comunidade que o elegeu ou mesmo benefício de todos eleitores, buscando uma melhor qualidade em todos aspectos. Infelizmente, isso é uma visão romântica da melhor tradução do gestor público.
Existem formas de se corrigir, mas o feudo eleitoral, deve ser rompido, seria interessante deixar que o voto fosse facultativo, ou seja, apenas aqueles que se julgam aptos e engajados, votariam, não por obrigação, e sim apenas como dever, enquanto cidadão participativo. Muitos dos hoje eleitos, não conseguiriam quorum suficiente para ficar numa 3a suplência.
No aspecto econômico, observo uma preocupação cada vez mais solta, com a responsabilidade orçamentária e fiscal. A sequencia de erros e proteção claramente sindicalistas, onde se sobretaxam produtos importados, é algo que apenas nos coloca na antiga reserva de mercado. Devemos, enquanto país que abre as portas para a economia externa, ter políticas claras de investimento e contrapartidas.
Apenas proteger a indústria nacional, sem que essa (que é multinacional) traga tecnologia e ganhos sociais, é proteger um capital que não pertence ao país, apenas leva riquezas para fora, sem oferecer nada em troca. Não estou querendo levantar bandeira sindical, por favor, não interpretem dessa forma.
Podemos nos desenvolver, temos mercado, mas devemos nos focar de forma objetiva, não apenas protegendo um segmento de forma paternalista por valores históricos e sentimentais. Afinal, o berço dos movimentos que hoje estão no poder, se deram em montadoras, que hoje não trazem tecnologia (salvo exceções) e sempre argumentam que podem sair do país se não tiverem benefícios fiscais.
No campo educacional, vejo uma mistura de egos, onde candidatos fazem uso dos cargos para plataformas de lançamento de candidaturas. Se vangloriam muito da acessibilidade ao ensino superior, deixando de lado a base de formação. Melhor rever e pararem de ficar se atropelando, apenas corrigindo de forma superficial os buracos que cada vez mais se evidenciam.
No campo externo, me preocupa os levantes sociais, infelizmente vejo com reservas as políticas baseadas na proteção do fornecimento de hidrocarbonetos. Cada vez mais o continente Africano, estará largado à sua própria sorte, ou com a visão de planejamento dos Chineses, que sabem que lá podem encontrar os minérios que necessitam para manter sua economia forte o suficiente para segurar o colapso financeiro que se abateu nos mercados mundiais.
Espero que tenham todos um excelente ano, e que minha análise, até um tanto pessimista, mostre-se ineficaz...
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