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segunda-feira, 5 de maio de 2014

04 - Roda de Bebes - Sociedade

Não são raros os casos das mães que decidem voltar atrás em sua decisão. Uma delas engravidou muito jovem e não tinha o apoio do pai da criança, ficou em estado de choque após o nascimento e decidiu colocar o filho na "roda". Ela, entretanto, se arrependeu uma semana depois.
Em uma única "roda" em Hamburgo, no norte da Alemanha, 42 bebês foram abandonados na última década. Desse montante, 17 mães contataram os organizadores e 14 buscaram de volta seus filhos. "Em 1999, cinco bebês foram abandonados na cidade e três deles morreram", disse Steffanie Wolpert, uma das fundadoras do sistema de Hamburgo. "Então, nós pensamos em um jeito de contornar essa situação e permitir a sobrevivência dessas crianças", acrescentou.
Mas os críticos, como o Comitê das Nações Unidas para os Direitos das Crianças, não estão convencidos dos benefícios do sistema. Eles alegam que a iniciativa é um retrocesso às práticas medievais. Segundo Maria Herczog, uma psicóloga infantil que integra o comitê, uma alternativa mais eficiente à "roda" moderna seria entender e ajudar as mães em circunstâncias difíceis. "Essa prática envia uma mensagem errada às mulheres de que têm o direito de continuar escondendo a gravidez, dando a luz em circunstâncias pouco conhecidas e abandonando seus bebês".
Mais do que uma alternativa para as crianças, que por várias razões foram rejeitadas por seus pais biológicos, vejo as rodas, uma forma segura para caracterizar um descompasso. As Santas Casas no Brasil possuiam rodas, e recebiam crianças de mães solteiras (estupro de alguém sem posses simplesmente era ignorado socialmente). Hoje se observa o abandono por fatores sociais e de saúde, com o agravante dos usuários de drogas. Temos de repensar no que queremos como sociedade, pois os números de entidades que abrigam desconsideram países à margem do desenvolvimento...

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