Antigamente nem se falava, mas o lixo hoje em dia é muito valioso. Existem vários locais e empresas especializadas em reciclagem. Muitas pessoas ganham a vida, recolhendo e separando material que jogamos fora. Não digo o lixo orgânico, pois esse tem valor apenas como nutriente.
Muitos locais possuem recipientes apropriados para a separação, estando adequados para receber vidro, metais, plástico, papel... Existem outros materiais que são alocados em locais específicos, como pilhas e baterias.
O que acontece é que cada vez mais a sociedade produz lixo, seja o descarte de embalagens, ou simplesmente por substituição de produtos. O mercado de componentes de informática cada vez mais se faz presente. Lembro que até houve um seriado "Salvage", onde o proprietário construiu um foguete com materiais descartados, e fazia operações espaciais. Lógico que não foi muito adiante, mas demonstrou a força das sucatas, ou que antigamente chamávamos de ferro-velho. Houve uma novela que era "Rainha da Sucata".
Bem, acontece que existem materiais de descarte que devem ser destruídos, por conterem agentes biológicos, como os produzidos em hospital (material infectante). Só que para alguns isso é um meio de negócio e pode render um bom dinheiro quando efetuado de forma desonesta e tendenciosa.
Uma loja no interior de Pernambuco, na cidade de Santa Cruz Capibaribe, a 205 km de Recife (PE), foi
interditada pela Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária (Apevisa) por
vender lençóis utilizados em hospitais americanos. A venda no Brasil de resíduos
hospitalares dos Estados Unidos foi revelada pelo jornal Folha de S. Paulo.
Os lençóis, alguns com manchas, eram vendidos por quilo. Um deles trazia a
inscrição Baltimore Washington Medical Center University of Mariland Medical
System. Procurado, o centro disse que paga empresas para processar seu lixo e
espera que elas sigam a legislação do setor. Na semana retrasada, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e a
Receita Federal apreenderam, em dois contêineres, 46 toneladas de lixo
hospitalar trazidos por uma importadora de tecidos dos EUA. A apreensão ocorreu
no Porto de Suape, litoral sul de Pernambuco. Para amanhã, a Anvisa e a Receita esperam a chegada de mais 14 contêineres,
no mesmo porto. A expectativa é que haja, novamente, lixo hospitalar dos
EUA.
A fiscalização dos contêineres que entram no Brasil é feita por amostragem
pela Receita. Para não inviabilizar o comércio exterior, o órgão olha apenas uma
parte dos produtos que chegam, seguindo critérios como o tipo e origem, entre
outros. Segundo o inspetor-chefe da Receita Federal em Suape, Carlos Eduardo
Oliveira, a encomenda foi enviada em nome da Indústria Têxtil Na Intimidade. Se
condenada, a pessoa responsável pode pegar de um a quatro anos de reclusão e ter
de pagar multa de até 2 milhões.
Lixo rende dinheiro, mas pode render cadeia, multa, e vidas...
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