Para muitos, ser demitido é algo péssimo, mancha a carreira, estraga planos futuros, joga profissionais no limbo, de onde dificilmente conseguirão uma recolocação profissional à altura do cargo anterior, ficam jogados a posições inferiores, ou se retirando definitivamente do mercado e partindo para carreiras solo, virando empreendedores e sumindo da mídia e holofotes...
Mas, para poucos, ser demitido, além de poupar de aborrecimentos e transtornos, trazem consigo, poupudas e voluptuosas, até indecentes indenizações. Isso é comumente visto aqui abaixo da linha do equador, para técnicos de futebol, que acabam sendo demitidos, interrompendo seu contrato de prazo definido, onde está estipulada multa graúda para casos de demissões.
No mercado corporativo também ocorre, e normalmente para cargos de topo da pirâmide empresarial. Presidentes e hoje, politicamente chamados de CEO ou Charmain ou outra designação pomposa os coloque acima da cabeça dos trabalhadores ditos normais, têm em seus contratos com os controladores, indenizações grandiosas.
O ex-CEO da Hewlett-Packard (HP), Leo Apotheker, vai receber 7,2 milhões de
dólares por ter sido demitido
do cargo semana passada. Além disso, Apotheker ainda deve ganhar um bônus de
desempenho de 2,4 milhões e benefícios adicionais, de acordo com documentos
oficiais da Comissão de Seguros e Trocas na última quinta-feira (29/9). Ele foi demitido do cargo mais alto da HP depois de passar 11 meses de
serviço. A ex-CEO do eBay, Meg
Whitman, assumiu a função e deve receber um salário base de apenas um dólar
por ano, segundo documentos regulatórios.
Apotheker tomou diversas decisões que estimularam críticas, incluindo a
separação da divisão de computadores da HP, que foi anunciada antes de empresa
ter encontrado compradores. A HP não atingiu as metas financeiras nos últimos
nove meses e as ações da empresa cairam pela metade durante a gestão de
Apotheker. Além da indenização e do bônus por desempenho, o ex-CEO foi premiado com
ações da empresa no valor de 3,5 milhões de dólares, de acordo com os documentos
oficiais. Apotheker também pode receber fundos para se mudar de volta para a
França ou Bélgica, e pode ganhar até 300.000 dólares por qualquer perda que ele
enfrente ao vender sua casa na Califórnia.
Quando o ex-CEO assumiu o cargo, o contrato com a empresa previa um salário
base de 1,2 milhão de dólares e um bônus anual variável entre 200 e 500 por
cento. Ele recebeu milhares de ações durante sua gestão. Apotheker também ganhou 4 milhões de dólares como bônus de posse e 4,6
milhões de dólares para a relocação de despesas e outros pagamentos.
A HP também revelou um pacote de compensação para Whitman na última
quinta-feira. Como alguns outros CEOs de destaque, ela receberá um salário base
anual de um dólar. Ela também terá a opção de comprar mais de 1,9 milhão de
ações da empresa, mas muitas delas só poderão ser aproveitadas pela atual CEO da
HP se valorizarem consideravelmente. O bônus de Whitman para 2012 vai variar
entre 2,4 milhões e 6 milhões de dólares.
Na época em que Apotheker assumiu, a HP tinha acabado de concordar em pagar
mais de 12 milhões de dólares ao ex-CEO da empresa Mark
Hurd. Ele foi forçado a deixar o cargo em seguida após acusações de assédio
sexual de uma ex-consultora de marketing da empresa. Seu pagamento foi de cerca
de metade do salário pago a Carly
Fiorina, outra ex-CEO da HP, que ganhava mais de 21 milhões de dólares
quando foi forçada a sair da HP em 2005.
Não fiz as contas, mas acho que uma aposentadoria dessas, muitos devem torcer para que fiquem insatisfeitos com seu desempenho, buscando saídas assim. Brincadeiras à parte, a remuneração de alto escalão nas empresas, além do bondoso pacote de benefícios, que incluem participações e ações, ficam alheias para os vários investidores minoritários, que não conseguem opinar, nem constituir um bloco para não ficarem atônitos quando os números escandalosos são divulgados. Mas isso ocorre em todos os locais, quando vários interesses estão envolvidos, mas esses ficam constituídos nos contratos de gaveta...
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