Essa notícia não é nova, mas agora são novas batalhas. Afinal, o que está em jogo é uma fortuna...
Liliane Bettencourt, herdeira da gigante dos cosméticos
L'Oréal e dona da terceira maior fortuna da França, sofre de uma "demência
mista" e mal de Alzheimer, segundo boletim médico, e por isso será colocada sob
tutela. Os advogados da bilionária apelaram da decisão, mas o recurso não deve ser
aceito.
Esta decisão tira o poder de Liliane Bettencourt de administrar a empresa
L'Oréal. O juiz decidiu nesta segunda-feira confiar todos os poderes de tutela a
seus familiares. O neto mais velho de Bettencourt terá a guarda da avó, enquanto os bens e
patrimônio ficarão sob a tutela da filha Françoise Bettencourt-Meyers e de seus
dois netos, afirmaram os advogados dos familiares depois da audiência diante do
juiz de tutelas de Coubevoie.
Liliane e sua filha Françoise estão no centro de uma disputa pública pelo controle da terceira maior fortuna familiar da França. Françoise alega que a mãe está incapacitada para cuidar da fortuna estimada em 16 bilhões de euros e que pessoas próximas a ela estariam se aproveitando de sua condição. Os três tutores designados asseguraram que a tutela não terá consequências
sobre a direção e "o equilíbrio acionário" da L'Oréal. Eles insistiram no "apego
profundo de toda a família" com a gigante de cosméticos. "Neste momento, nós não faremos mais comentários", declarou à AFP um
porta-voz do grupo L'Oréal.
Antes da audiência, um boletim médico de Liliane Bettencourt foi revelado
pelo site do jornal Le Monde. Segundo o documento, Bettencourt sofre de "uma
demência mista" e de "Alzheimer em estágio moderado para severo" com um
"processo degenerativo cerebral lento".
Pessoas próximas à bilionária afirmaram que o boletim assinado por médicos,
que acompanharam um juiz em junho à residência de Liliane Bettencourt, foi
contestado pela defesa da herdeira. A anulação do documento foi pedida, e a
justiça deve examinar o pedido até o dia 10 de novembro.
Em uma entrevista para o semanário Le Journal du Dimanche (JDD), Liliane
Bettencourt ameaçou partir "para o exterior" caso o juiz decidir coloca-lá sob a
tutela de sua filha Françoise. "Se acontecer isso, eu parto para o exterior. Se minha filha tomar conta de
mim, eu vou sufocar", declarou a herdeira.
Questionado sobre a eventual partida da terceira fortuna da França, o
ministro do Interior Claude Guéant disse não ter "nenhum conselho a dar à
senhora, mas o que está em questão é o cárater francês de um enorme grupo". O patrimônio de Bettencourt é minuciosamente analisado pelo poder político,
que está preocupado com uma possível aquisição estrangeira da L'Oreal pela
gigante suíça Nestlé, que já possui 30% do capital, sendo o segundo maior
acionista.
Durante o verão de 2010, Bettencourt esteve no centro de um caso
político-fiscal, que nasceu com um conflito familiar entre a mãe e sua única
filha. Essa disputa teve origem após Françoise Bettencourt-Meyers acusar o escritor
e fotógrafo François-Marie Banier de se aproveitar da fraqueza da mãe para tirar
aproximadamente um bilhão de euros em doações entre 1990 e 2000. O caso repercutiu na política e provocou à saída do ministro do Trabalho,
Eric Woerth, sob suspeita de conflito de interesses e de financiamento
ilegal.
No início de setembro, um livro escrito por dois jornalistas do jornal Le
Monde reabriu o caso: um magistrado acusa o poder de pressionar testemunhas que
teriam visto o presidente Nicolas Sarkozy receber dinheiro do caixa da família
Bettencourt para financiar sua campanha na eleição presidencial de 2007. Acusações que a presidência nega.
Apesar de ser algo picante, pois envolve amante da herdeira, que recebeu presentes de valores vultuosos, vemos uma disputa onde está sendo discutido valores materiais. Não se questiona o cuidado com a mulher que está com uma doença degenerativa, que afeta todos à sua volta. Os valores, são apenas materiais, não morais, não se discute o bem estar, mas sim a dilapidação patrimonial. É a família se deteriorando rapidamente...
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