Está correndo em discussão na cidade de São Paulo, um projeto de Lei que deve obrigar que todos os imóveis tenham seus telhados pintados de branco. Chama-se Lei do Telhado Branco. Esse tipo de conduta e postura, tem a ver com os estudos de um físico iraniano Hashem Akbari, que é professor da Concordia University em Montreal - Canadá, onde estuda os telhados brancos.
Segundo Akbari, a ação é aplicável, onde ele projeta que todos os telhados devem ter sua manutenção efetuada com a reforma total a cada 10 ou 20 anos, dependendo da conservação realizada. Por sua avaliação, a cada 10 metros quadrados de telhado comum, substituído por um branco, equivale à retirada de 1 tonelada de CO2 da atmosfera por ano, correspondendo às emissões anuais de um carro.
Do outro lado, o Conselho Brasileiro de Construção Sustentável - CBCS, pondera cautela. Tornar obrigatório para novas construções e para as já existentes, deve ser efetuado dentro de análises técnicas, para redução das chamadas ilhas de calor. Segundo especialistas, soluções precipitadas podem acarretar graves prejuízos ambientais e econômicos, para a cidade e a população.
Quem está engajado com essa obrigatoriedade é a GBC Brasil - Green Building Council Brasil. O site da campanha One Degree Less (www.onegreeless.org), curiosamente, recebe o patrocínio e apoio de duas empresas, que dão o suporte tecnológico para a produção do revestimento chamado Ecco Telhado Branco.
Alegam que fazem lobby, mas do bem, pois alegam que fazem lobby para soluções que tornem construções mais sustentáveis...
Para o Professor Ricardo Felício, professor de Climatologia do Departamento de Geografia da USP - Universidade de São Paulo, a população perde em vários aspectos, pois segundo ele "Na escla local, não haverá nada do conforto interno das habitações e vai gerar um gasto desnecessário de uso da água, recursos financeiros para pintura, recursos humanos para atividades de manutenção e aplicação, portanto só haverá ônus para a sociedade e nenhum ganho ambiental de fato." Por sua observação o único ganho será das empresas e ONGs engajadas na proposta e o poder público que pode angariar fundos com a aplicação de multas.
Entra em questão os reais interesses de ONG's que deveriam estar presentes defendendo alguma causa. Existem soluções de telhados verdes. Ilhas de calor existem sim, pois estão em locais com baixa densidade de arborização, então seria melhor, inclusive com o sequestro de carbono, pensar em plantar árvores e outras soluções ecológicas, ao invés de pensar apenas em soluções que aparentemente estão carregadas de interesses econômicos...
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