Muitas piadas sobre relação de brasileiros com argentinos já foram contadas, eu conheço algumas. Ocorre que quando houve a criação do Mercosul, foi imaginado um bloco comercial, nos moldes da Zona do Euro, ou mesmo a ALCA, onde países se uniriam para que todos tivessem as mesmas oportunidades de trabalho, produtos, e livre comércio.
É uma visão romântica da globalização...
A Argentina, vem, sistematicamente dificultando o ingresso de produtos brasileiros em seu mercado, tentando proteger sua economia. Isso tem incomodado vários setores industriais. Esta semana, o governo brasileiro adotou uma medida que incomodou nossos vizinhos dificultando a importação de veículos.
Enquanto apenas os brasileiros esperneavam e o governo passado tentava minimizar, dando créditos subsidiados, diminuição de impostos, era possível contornar, e tentar de forma diplomática resolver a contenda. Com a queda de receitas e cortes no orçamento, o Governo viu que não poderia ficar fazendo concessões, então resolveu agir. Com essa medida adotada, dizem, a relação comercial entre os dois principais parceiros está estremecida.
Exposto isso vamos pontuar: Quando um bloco comercial é criado, prevê-se que todos, serão favorecidos. Para tanto deve ocorrer inicialmente o equilíbrio das forças, investindo nos países mais defasados, pesadas quantias para que possam competir comercialmente, e somar forças para o bloco, num processo de exportações conjuntas, sendo, pontualmente ajustados, mediante ao desempenho da economia global.
São palavras bonitas, onde algum economista vai querer aproveitar, mas nunca observei uma mentalidade de união. O Brasil, historicamente tem uma economia fechada, tendo um comércio forte internamente, mas pouco competitivo mundialmente falando, devido a carga tributária. Na Argentina, o peso dos impostos não é tão assustador, mas a indústria está defasada por falta de investimento, isso ainda no governo Menem, que tentou dolarizar o mercado interno e com isso não houveram incentivos à melhorias.
Uma união deve ser feita com princípios técnicos, não políticos. O Mercosul é a meu ver, uma utopia romântica, que só valerá no dia que os discursos nacionalistas não pesarem, e houver de fato a união, com regras claras, objetivas e que sejam de fato respeitadas. Agregar número de participantes é mera encenação de boa vizinhança. Quando todos pensarem em valores comuns, que todos ganhem, aí sim, poderemos começar a pensar em bloco comum...
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